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Mostrando postagens de 2017

Mirtha Dermisache

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O que é uma coisa nova? Aquilo que acabou de nascer, de ser criado? Ou aquilo que eu ainda não conhecia? Então, dá-se o primeiro encontro e, oh! Fico admirada com uma  janela que, de repente, se abre diante de mim, e permaneço, extasiada com a vista, a paisagem. Foi assim que me senti quando me deparei com Mirtha Dermisache. Sua obra é encantadora e extremamente enigmática. Em minhas parcas palavras, eu diria que é um misto de escrita e pintura. Não uma escrita conhecida, e, na verdade não consigo ver o que vem primeiro: onde começa a escrita, onde começa a pintura? A produção de Dermisache é gráfica, com conjuntos de caligrafias umas distintas das outras, lindas e perturbadoras. Roland Barthes denominou-as  "escrituras ilegibles" . Sua obra conversa com nosso inconsciente, nos faz refletir sobre o que é a linguagem e até onde exploramos as maneiras de nos comunicarmos. E ainda: quais as fronteiras entre o desenho e a escrita?                      

A Dama do Crime

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"Mas, ele foi assassinado, não foi?" Cora Lansquenet - Depois do Funeral  Desde que me entendo por gente sou encantada  pela obra da escritora britânica mais famosa de todos os tempos: Agatha Christie. Seus livros tem a capacidade de me transportar para todo um clima de mistério, intriga, venenos e heranças, e, ainda, as cidadezinhas britânicas e suas linhas de trens, seus jardins, chás,   yorkshires puddings e senhorinhas das mais variadas personalidades. A escritora recordista em vendas é a segunda mais traduzida do mundo (mais de 2 bilhões de cópias vendidas!) perdendo apenas para William Shakespeare.  Sua carreira começou por causa de uma aposta. Sua irmã a desafiou dizendo que ela não seria capaz de escrever um bom livro de detetive. Aposta aceita, Agatha Christie escreve seu primeiro romance policial T he Misterious Affair of Styles  ( O Misterioso Caso de Styles, em português ) . Nele, o incrível detetive belga, Hercule Poirot, faz sua primeira apariç

e que venham todas as histórias

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Na palma da mão cabe uma vida e uma história. Cabe um lugar que eu trouxe de longe e com um sopro espalho pelo ar. Você poderá ver com os próprios olhos, com todas as cores e em todos os detalhes. Que você seja capaz de ouvir as canções que vêm de lá. E com a sua boca, que você conte tudo a um outro, e mais outro, e mais um.

Um homenageador ao contrário

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Estava agorinha há pouco lendo sobre uma homenagem (póstuma) que foi feita no Rio de Janeiro à Carolina Maria de Jesus, autora do livro   Quarto de Despejo. Minha primeira reação foi:   Uau! Que bom ver que essa autora ainda é lembrada, lida, homenageada.   Mas, conforme ia terminando a notícia, a temperatura baixou. Fui arrefecendo, arrefecendo, até perder, por completo, todo o entusiasmo. Pois bem, um dos convidados, escolhido especialmente para prestar homenagens à escritora acabou fazendo o contrário.  Parece que ele até começou bem, mas, no contínuo a coisa degringolou e o tempo que lhe fora dado acabou sendo utilizado para considerações sobre o que é literatura e o que pode ser considerado como tal. Na opinião do homenageador ao contrário a obra de Carolina Maria de Jesus definitivamente não poderia ser classificada como tal.  No meio acadêmico, tal discussão é mais antiga que o papai do Matusalém, e até hoje não rendeu muita coisa, além de intermináveis discussõ

A paixão pela literatura oral

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A literatura oral é feita de tradições e é cheia de encantamentos. A partilha de uma história que veio de anos atrás, trazida e movida por alguém que tirou a poeira da memória, desembaraçou as teias de aranha do tempo para alimentar e saciar os que, como eu, tem fome de histórias, é um momento mágico e cheio de mistério.  A magia está no tempo e na velhice da história, mil vezes contada e recontada, em mil nuances. Depende de quem conta, como conta, onde conta, para quem conta e para quê conta. Chega de mansinho, na boca do vento, humilde que ninguém nota. Depois cresce, se agiganta, preenche a gente. E então se multiplica. É história-camaleão. É princesa de mil faces.  Gerada no meio do povo, caminhante no mundo, viu guerras e conquistas, viu reinos, encantados ou não. Viu o deserto, os gigantes e os anões, a floresta, o sal, o mar e as embarcações. Viu as danças e os esconderijos. Viu um bebê num cesto, um tapete voador, o rapto de uma princesa. Chega trazendo o passado long
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Lançamento: O Bode e Outros Contos http://vilamundo.org.br/2012/05/vila-da-crianca-traz-atividades-todos-os-finais-de-semana-nas-lojas-da-livraria-da-vila/